Através de uma operação inovadora de ‘blended finance’, a Responsible Commodities Facility (RCF) expandiu sua escala em 4 vezes, alavancando o investimento inicial de empresas do setor de alimentos britânico com capital comercial dos bancos Rabobank e Santander e do fundo de impacto Agri3. Emissão foi feita na Bolsa de Viena e na B3, com estrutura inovadora coordenada pela SIM, em parceria com a Traive e a Opea.
O RCF foi lançado em agosto de 2022 com um investimento inicial de US$ 11 milhões provenientes do Tesco, Sainsbury's e Waitrose. Na safra de 2023/24, o Programa RCF Cerrado foi ampliado com um investimento adicional de US$ 36,24 milhões, provenientes dos bancos comerciais Santander, Rabobank e do fundo de impacto AGRI3, ampliando o impacto do investimento inicial feito pelos varejistas de alimentos.
"Como um banco cooperativo, sabemos a importância de trabalharmos juntos para promover um futuro mais sustentável para o setor de alimentos. O desmatamento é um desafio global e um dos principais responsáveis pela mudança climática. A Responsible Commodities Facility é o resultado da coordenação entre diversos atores da cadeia de valor, gerando uma solução escalável para enfrentar o desafio do desmatamento. O Rabobank tem orgulho de estar investindo nesse mecanismo inovador”. Michiel Teunissen, Global Head TCF Agri, Rabobank
“Buscamos sempre parcerias que nos permitam desenvolver novas e inovadoras formas de estimular negócios com viés sustentável, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico e social. No caso deste green bond, além da proteção de um bioma importante como o nosso Cerrado, houve o engajamento de diferentes agentes financeiros e da cadeia alimentícia – do produtor ao varejista, o que permitiu ampliar o alcance e o impacto da iniciativa” Maitê Leite, Institutional Vice President, Santander Brasil.
Os green bonds foram adquiridos pelo Santander Brasil e Rabobank, responsáveis por aportes de US$ 12,62 milhões cada um, e pelo fundo europeu de investimento de impacto AGRI3 (US$ 11 milhões).
Esses recursos se somam a outros US$ 11 milhões alocados pelas varejistas britânicas Tesco, Sainsbury’s e Waitrose em um fundo criado pela iniciativa Responsible Commodities Facility (RCF), em agosto de 2022. O aporte feito à época foi convertido em crédito e integralmente quitado – o que permite que agora esses recursos voltem a ser concedidos a produtores.
O sucesso da empreitada permitiu sua ampliação neste ano, com novos investidores que quadruplicaram o tamanho do fundo em uma operação de blended finance – nome dado a estruturas financeiras híbridas, que podem aliar aportes de instituições financeiras a recursos não reembolsáveis e de filantropia. Os CRAs verdes foram registrados na Bolsa de Viena, na Áustria, e na B3, no Brasil.
"Ficamos satisfeitos que a RCF esteja agora atraindo investimentos dos mercados de capitais, ampliando o impacto dos investimentos originais feitos pela Tesco e outros supermercados, indo além da fase experimental. Essa combinação de fontes de capital é essencial para ampliar a RCF, ajudar a reduzir o desmatamento e a conversão, apoiar os produtores na base e incentivar o setor a cumprir tanto os esforços voluntários quanto a atender à legislação emergente, como a Diretiva de Desenvolvimento Sustentável da UE" Claire Lorains, Group Quality, Technical and Sustainability Director at Tesco.
O fundo de impacto AGRI3 participa de uma cota mezanino e em paralelo concederá financiamento para assistência técnica com o objetivo de apoiar os produtores da RCF na adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.
"A AGRI3 está entusiasmada em apoiar a expansão desse mecanismo por meio de nossa participação na cota mezanino. O RCF é uma forte combinação com o objetivo do fundo de mobilizar capital comercial para apoiar a proteção florestal e a promoção da agricultura sustentável, e se baseia e expande os investimentos existentes da AGRI3 no apoio a cadeias de suprimentos livres de desmatamento na região” Nick Moss, Diretor Executivo, AGRI3.
A iniciativa também contou com o apoio da fabricante de cacau e chocolate Barry Callebaut, que forneceu apoio financeiro para a estruturação do fundo.
As fazendas participantes foram selecionadas segundo os critérios de elegibilidade do programa. As atividades do programa são monitoradas independentemente pela empresa Earth Daily e reportadas a um Comitê Ambiental independente composto pela BVRio, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), The Nature Conservancy (TNC), WWF Brasil, Conservação Internacional (CI-Brasil), Proforest, e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). A RCF é membro da IFACC (Innovative Finance for Amazon, Cerrado and Chaco), uma iniciativa liderada pela TNC, pela Tropical Forest Alliance (TFA) e pelo PNUMA para acelerar o fluxo de financiamento aos produtores da região e expandir a produção agropecuária livre de desmatamento. A RCF também participa de outras iniciativas de produção de soja responsável, como o Manifesto do Cerrado - um compromisso para reduzir o desmatamento na produção de soja assinado por grandes varejistas e grupos de produção primária, e o Manifesto da Soja do Reino Unido.
"Concluímos a primeira safra com excelentes resultados, com todos os empréstimos pagos e sem remissão de vegetação, e o programa tem recebido grande interesse para ser ampliado e garantir uma produção de soja responsável no Cerrado e verificada como livre de desmatamento e conversão (DCF). Estamos animados em trabalhar com os novos investidores e fortalecer nossa capacidade de ampliar essa iniciativa agora e no futuro”. Mauricio Moura Costa, CEO SIM Brasil.